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Entenda a importância do gerenciamento de transições de cuidado

Colaboradora do Grupo Vidas Saúde explica o processo de desospitalização

Ano 10 | N° 107 | Abril 2024
 
A transição do cuidado hospitalar para o domiciliar é um momento fundamental da atenção domiciliar para a saúde do paciente. Com o objetivo de destacar a importância desse processo, o Grupo Vidas Saúde convidou Amanda Terumi Nakazone de Oliveira, Gerente Operacional do Grupo em Belo Horizonte, para responder algumas dúvidas sobre o processo de desospitalização. 
Amanda atua na área de atenção domiciliar desde 2009, e no Grupo Vidas Saúde desde 2012. Em sua função, ela é responsável por planejar, organizar e controlar os recursos da organização para atingir os objetivos estratégicos. Além disso, sua atuação inclui analisar o progresso do trabalho em diversas categorias, promover reuniões com colaboradores, fornecedores, prestadores de serviços e clientes, manter relacionamentos com Operadoras de Saúde e representar a empresa diante de órgãos regulatórios como a Vigilância Sanitária e o COREN.
Nesta entrevista, Amanda compartilhará sua expertise sobre o gerenciamento nas transições do cuidado, oferecendo informações para profissionais, familiares e gestores do setor de saúde:

Grupo Vidas Saúde: Qual o objetivo da transição de cuidados hospitalares para domiciliares?
Amanda: Tem como objetivo melhorar os desfechos em saúde através da assistência contínua, segura e individualizada. Para isso, utiliza-se de um instrumento/formulário com compartilhamento de informações da situação de saúde atual, histórico, avaliação/intercorrências e recomendações entre as equipes.

G: Quais são os critérios utilizados para determinar a elegibilidade de um paciente para a desospitalização?
A: Esses critérios são importantes para garantir a segurança do paciente no domicílio: Estabilidade clínica, cuidador apto em tempo integral, domicílio livre de riscos e impedimento para deslocar-se até a rede credenciada.

G: Como o Grupo Vidas Saúde realiza esse processo? Existem protocolos?
A: Este processo inicia-se com a captação, que envolve a avaliação clínica e socioambiental do paciente, o preenchimento da ficha de avaliação de risco e a aplicação da ferramenta NEAD. Através do processo de captação, é possível verificar se o paciente preenche todos os critérios de elegibilidade, permitindo assim a definição do plano de cuidados. Esse plano envolve a análise de insumos e recursos humanos, bem como a determinação da frequência e duração do atendimento domiciliar. Nosso protocolo de implantação compreende: avaliação inicial com abordagem do paciente e seus familiares, elaboração e validação do plano de cuidados, reunião/orientações e educação do paciente e familiares, validação da residência, reconciliação medicamentosa, monitoramento da desospitalização (utilizando um formulário de transição de cuidados), checklist de visita de implantação, aplicação do termo de consentimento e monitoramento pós-implantação.

G: Como a tecnologia tem sido empregada para apoiar a desospitalização e os cuidados domiciliares?
A: O prontuário eletrônico agiliza o compartilhamento de informações do paciente durante a internação hospitalar e a previsão de alta com o Home Care. A utilização do celular como ferramenta, com sistema do Home Care integrado, agiliza o compartilhamento das informações coletadas durante o processo de captação.  O mesmo acontece para o gerenciamento do caso dos pacientes assistidos. Além dessas ferramentas, podemos destacar a utilização do Power Business Intelligence (BI), que nos possibilita mensurar, acompanhar e traçar ações de melhoria. Com o uso do BI, conseguimos acompanhar o tempo de implantação, alta, utilização de Antibioticoterapia (ATB), óbitos domiciliares e hospitalares, rentabilidade, entre outros.

G: Quais são ou podem ser os principais desafios enfrentados durante a desospitalização?
A: Muitos desafios se apresentam, dentre eles podemos destacar: dificuldade de integração entre a equipe hospitalar e a equipe domiciliar, falta de estrutura do domicílio, situação sócio-psico-econômica da família e paciente, ausência de cuidador apto e objeções da família.

G: A educação do paciente e da família pode contribuir para uma transição mais eficiente e segura dos cuidados hospitalares para domiciliares? 
A: A educação em saúde do paciente e de seus familiares é importante no processo de cuidado, promovendo a recuperação e auxiliando na tomada de decisões. O treinamento do cuidador é fundamental, centrado no paciente, facilitando a comunicação e a compreensão das necessidades específicas dos pacientes.   

G: Quais são as principais orientações?
A: Durante esse treinamento, são abordados diversos aspectos, incluindo a criação de um ambiente seguro para prevenir quedas, a organização e limpeza do espaço, a apresentação dos materiais, medicamentos e dietas necessários, a rotina de desinfecção de materiais e equipamentos, além da importância da higienização das mãos e da higiene oral, incluindo a limpeza de próteses dentárias. Também são ensinadas técnicas de administração de medicamentos, preparo de dietas, estímulo de atividades de lazer, cuidados com dispositivos médicos, prevenção de lesões e revisão dos contatos de emergência, entre outros aspectos essenciais.

G: Após a desospitalização planejada, quais são os primeiros passos da equipe do Grupo Vidas Saúde?
A: Implantação de equipamentos, mobiliários e visitas médica e de enfermagem de implantação.

G: Como a avaliação regular do paciente após a alta hospitalar pode contribuir para a identificação precoce de problemas e a prevenção de readmissões desnecessárias?
A: Atuamos coordenando o cuidado por meio do envolvimento e discussão clínica com todos os membros da equipe multidisciplinar. Nosso foco está na capacitação da equipe domiciliar para resolver as demandas clínicas e psicossociais do paciente. Isso nos permite fornecer um plano de cuidados individualizado, com controle de doenças, prevenção de agravos, redução de hospitalizações e, consequentemente, melhoria na qualidade de vida.